05 janeiro, 2012

Choro às 7h da manhã

Estou cansada e revoltada por ter de viver neste inferno de residência. Tudo o que eu tenho que realmente posso dizer que é minha propriedade é a cama, a secretária e o guarda-fato. De resto nem a comida posso ter salvaguardada. Neste momento divido quarto com uma veterana num corredor onde há mais 14 raparigas. Somos 16 pessoas para uma cozinha só, dois frigoríficos e duas casas de banho. Raramente vou à cozinha jantar porque existem criaturas que insistem que têm de estar lá sentadas a conversar depois de já terem jantado e arrumado as suas coisas. Chego a casa cansada ou com o intuito de ir estudar e isso nunca me é possível. Pego nas minhas coisinhas, engessada, e desloco-me para a sala de estudo fria como neve que está ao lado. Quero chegar a casa e não ouvir mais nada a não ser os carros que passam na rua mas tenho sempre de ouvir ruídos à mistura. Tenho de viver condicionada e sempre sobre a vista dos outros. Não posso convidar ninguém para dormir cá ou sequer para jantar. Não é permitida a entrada de não residentes. Também há dias em que não vejo rapazes ou os vejo muito ao longe uma vez que estou constantemente rodeada por gajas...

Isto não é de todo vida para ninguém.


Estou só há espera de receber a indemnização pelo atropelamento. Depois disso arranjo uma casa só para mim se for preciso e não vou precisar do dinheiro dos meus pais por muito tempo.



Jason Walker
Echo

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