Hoje, apetece-me falar mal. Mas, como sabes, este ato é mais do que justificado. Tenho-me contido nestes últimos meses pensando, "esta raiva vai acabar por passar". Não vai passar tão cedo e, para começar a libertar-me, preciso de descarregar estes sentimentos negativos de alguma forma. Não derramei uma lágrima que fosse desde aquele dia e tenho-me mantido fria e indiferente até agora. A verdade é que, olhando para trás, consigo apenas lembrar-me dos momentos maus e das tuas atitudes péssimas. Só consigo sentir-me idiota por te ter dado tanto crédito, por ter acreditado em ti, por te ter apoiado em tudo sem sequer mereceres.
Andas por aí todo feliz da vida como se nada de tivesse passado, bem vi. Não te esqueças que eu te conheço melhor do que ninguém, melhor do que a tua própria mãe. Por mais que conseguisses tentar mentir-me, era impossível. E, quando te sentias incomodado com algo, ou, quando estavas em baixo, nem precisavas de me dizer nada. Todos os teus tiques, expressões faciais e olhares estão bem presentes na minha memória, infelizmente. Não penses que eu não sei o que pensas mesmo estando separados por milhentos quilómetros de distância. Eu vejo-te.
Lembras-te de uma conversa que tivemos sobre as mulheres terem sempre uma opção de reserva durante uma relação? Ri-me na tua cara porque achei aquela conversa ridícula. E era. Mas, afinal quem tinha uma segunda opção eras tu e não eu. Espero sinceramente que fiques com essa moça porque esta sempre andou atrás de ti feita esquilo atrás de uma bolota. Pode não ser bonita, pode não ter o corpo que tu próprio exigias que eu tivesse mas, não te enganes, não vais encontrar ninguém que goste tanto de ti como ela. Qualquer outra que consideres melhor, vai ter a inteligência para te deixar sozinho e vazio.
Não preciso de um agressor na minha vida e as outras também não. Não vou deixar que outra desgraçada passe pelo terror que eu passei naquele dia.
Andas feliz pela minha cidade e isso enoja-me completamente. Tu nem estás à espera do raio que te vai cair em cima.
