Já não é o que era. Habituaste-te ao meu cheiro, ao meu
toque, ás minhas manias, à minha forma de falar, de expressar o que sinto por
ti e, o efeito que eu exercia sobre ti, parece ter-se desvanecido. Também me
habituei a tudo isso mas, ao contrário de ti, sei que nunca se conhece uma
pessoa a cem por cento e que esta tem sempre algo para nos oferecer, algo com
que possamos aprender alguma coisa, mesmo que mínima. Sabes, tenho a sensação
de que parámos no tempo, não dando oportunidade para nos conhecermos melhor,
porque sim - eu não sei tudo sobre ti e tu não sabes tudo sobre mim.
Nisto, sinto uma imensa raiva, porque quero mais e melhor e
tu, limitas-te a olhar para esta relação a cair a pique do sítio mais alto.
De certa forma, encontraste uma forma perversa de me fazer
sentir que tudo o que acontece de mal é por minha culpa. Se quisesses, podias
culpar-me do aquecimento global com os argumentos mais estapafúrdios do mundo e
algumas pessoas acreditarem.
Não, meu amor! Sou dona de mim mesma e dos meus pensamentos.
Eu conduzo o meu destino e a forma como quero envergar os caminhos da minha
vida. Neste momento escolho não estar contigo. Não posso, nem quero.