Detesto a forma como esta ilha me faz sentir. Estou aqui trancada há 9 dias e já estou a modos de me ir embora. Podem dizer que é um sítio lindo, cheio de verdura, mar, paisagem natural e essas tretas do demónio, mas a triste verdade é que isto é um isolamento tal que me deixa deprimida. Olho para a janela e está nevoeiro, chuva, frio. Não é por acaso que anda muita gente deprimida neste arquipélago. Não passa uma alma viva na rua e, mesmo que passasse, seriam as mesmas caras de sempre. Detesto o facto de toda a gente saber quem sou e de ser obrigada a fazer conversa de café. "Ah, então e os estudos?" "Ah, estás a estudar onde?" "Ah, és filha de quem?" "O teu pai está bonzinho?" Não têm nada melhor para falar?! Sim, pode ser uma ilha bonita, mas as pessoas tornam-na feia. É repugnante ver a falta de amizade que há entre as pessoas e a constante necessidade que elas têm de desdenhar de tudo e de todos. Até os tais melhores amigos que supostamente existem neste meio dão uma facada nas costas uns dos outros à primeira oportunidade que têm. Que tristeza, meus picarotos... Nunca há nada de bom para dizer. E a falta de inteligência, ai a falta de inteligência!... É tanta que dói. Com tanta facilidade ao acesso a informação, as pessoas preferem ser ignorantes. Já o outro dizia que conhecimento é poder, mas enfim. Continuem assim. E o que é esta merda de se andarem batendo e difamando quando as coisas podiam ser resolvidas com bom senso? Pois, não há bom senso neste sítio. Eu recuso-me a viver aqui. Recuso-me a estar num sítio onde não me sinto bem. Querem esfolar-se? Querem andar com más línguas? Querem ser burros quem nem as botas da tropa? Força! A minha pessoa vai pôr-se a andar daqui para fora a vai construir uma vida bem longe daqui. Afinal de contas, há muito sítio melhor para se viver por esse mundo fora.
26 dezembro, 2014
03 setembro, 2014
o meu ex-melhor amigo
Sei que tudo o que escrevo aqui, no meu cantinho, não interessa a ninguém. Ninguém quer saber das minhas tristes histórias, nem dos meus desabafos, por isso sinto-me completamente à vontade para escrever livremente sobre tudo o que me vai na alma. Ninguém, nem mesmo tu, que julgava ser a pessoa que me respeitava por completo, quer saber destes episódios de agonia e desespero, tal como tem ocorrido nestas últimas semanas. Deixaste de ser a pessoa a quem eu contava tudo e mais alguma coisa. Já não consigo ser eu própria, porque sim, tenho o orgulho ferido. Depois do tempo que eu te dei para refletir, para estares sozinho com as tuas próprias ideias, acabaste por me ligar e, como sou estúpida, voltei a sentir-me a pessoa mais feliz deste mundo. Mas como para mim és um vício, uma simples chamada não bastou. Precisava de mais. Não me deste mais. Não te importaste, não foste meu como disseste que ainda eras e oh que surpresa! deixaste-me - outra vez - profundamente magoada e, no mínimo, decepcionada. Gostaria de saber o que se passa com essa cabeça. O pior de isto tudo é que sinto que perdi o meu melhor amigo. O meu melhor amigo! Tinha tantas coisas novas para te contar, coisas que só tu compreendes dando os teus bons conselhos, apoio e, acima de tudo, conforto. Não é justo que me deixes assim, porque eu também não o faria. Não o faria por não conseguir e por gostar de ti mais do que qualquer pessoa que tenha passado na minha vida. Só me apetecia mandar-te uma mensagem a dizer (com uma certa ironia): "Obrigada pelo teu apoio incondicional e por cumprires tão bem as promessas que me fizeste. És, sem dúvida, o melhor amigo que alguém podia desejar!" Mas, como vou parecer uma vaca neurótica (como diz o livro que estou a ler) não o vou fazer. Não me cabe a mim chamar-te a atenção, nem obrigar-te a fazer coisas que não queres ou que não estás interessado em fazer. Como diz a minha mãe (imensas vezes): "O que é realmente teu, volta sempre para ti". Por isso, vou estar quietinha no meu canto e esperar para ver os acontecimentos dos próximos dias.
25 agosto, 2014
A realidade de um coração partido
"E assim começou a surgir um padrão: acordar, trabalhar, chorar e dormir. Ou melhor, tentar dormir. Nem em sonhos lhe conseguia escapar. Os olhos cinzentos, ardentes, o seu olhar perdido, o cabelo escovado e brilhante, tudo aquilo me assombrava. E a música... toda aquela música... já não suportava ouvir música. Evitava-a a todo o custo. Até a música dos anúncios me fazia estremecer.
Não falara com ninguém, nem mesmo com a minha mãe ou com Ray. Naquele momento não me sentia com capacidade para conversa fiada. Não, não queria nada disso. Transformara-se no meu próprio estado insular. Uma terra devastada, assolada pela guerra, onde nada crescia e os horizontes eram sombrios. Sim, essa era eu. Conseguia interagir impessoalmente no trabalho, mas nada mais. Se falasse com a minha mãe sabia que iria ficar ainda mais deprimida, e já não tinha por onde ficar mais deprimida."
- As Cinquenta Sombras Mais Negras
E L James
05 julho, 2014
Uma coisa que não sabes sobre mim, meu amor

Sabes, quando estás habituado a dormir com a pessoa que gostas, ao cheiro dela na almofada, às pernas e braços uns por cima dos outros ou à sua respiração calma e lenta e, um dia, dormes sozinho? Sempre que me acontece, deito-me no lado onde essa pessoa costuma dormir. Não me agarro a almofadas nem peluches. Simplesmente me deito no lado contrário. É um sinal de saudade. Sinceramente, não sei de que forma melhor é que posso mostrar que amo e continuo a amar-te todos os dias.
20 junho, 2014
Kiss me hard before you go
Chego agora a uma parte do ano que me põe completamente dormente.Terei
de abandonar durante algum tempo uma cidade que me trouxe aquilo que eu andei a
batalhar para encontrar, algo que nunca
tive oportunidade de experenciar na minha terra natal. Não me interpretem mal. É com grande mágoa
que terei de partir desta cidade para voltar ao que os Açorianos têm tanto
orgulho de chamar “paraíso”. Mas, é também com grande alegria ao mesmo tempo
que volto para os braços da minha mãe, para as parvoíces do meu irmão e
palavras de consolo da minha avó.
Apesar de tudo de bom que o Pico tem para me oferecer, o meu
coração fica aqui.
01 março, 2014
Love yourself
Já não é o que era. Habituaste-te ao meu cheiro, ao meu
toque, ás minhas manias, à minha forma de falar, de expressar o que sinto por
ti e, o efeito que eu exercia sobre ti, parece ter-se desvanecido. Também me
habituei a tudo isso mas, ao contrário de ti, sei que nunca se conhece uma
pessoa a cem por cento e que esta tem sempre algo para nos oferecer, algo com
que possamos aprender alguma coisa, mesmo que mínima. Sabes, tenho a sensação
de que parámos no tempo, não dando oportunidade para nos conhecermos melhor,
porque sim - eu não sei tudo sobre ti e tu não sabes tudo sobre mim.
Nisto, sinto uma imensa raiva, porque quero mais e melhor e
tu, limitas-te a olhar para esta relação a cair a pique do sítio mais alto.
De certa forma, encontraste uma forma perversa de me fazer
sentir que tudo o que acontece de mal é por minha culpa. Se quisesses, podias
culpar-me do aquecimento global com os argumentos mais estapafúrdios do mundo e
algumas pessoas acreditarem.
Não, meu amor! Sou dona de mim mesma e dos meus pensamentos.
Eu conduzo o meu destino e a forma como quero envergar os caminhos da minha
vida. Neste momento escolho não estar contigo. Não posso, nem quero.
Subscrever:
Mensagens (Atom)